Rainha Vitoria
Antes de começar, devo dizer que o eu vou escrever à respeito da influência da Era Vitoriana na dança tribal é de uma perspectiva totalmente pessoal.
Um pouco da história...
A Era Vitoriana foi o período no qual a Rainha Vitória reinou sobre a Inglaterra, no século XIX, durante 63 anos, de junho de 1837 a janeiro de 1901. Ela subiu ao trono quando seu tio Guilherme VI morreu sem deixar herdeiros. Ela é coroada ainda muito jovem, aos 18 anos.
Moda
É marcada pelo extremo recato das mulheres, que tinham seus movimentos restritos pelas pesadas vestes, mangas coladas e crinolina. A aparência das damas era de vulnerabilidade, as roupas eram desenhadas para fazerem as mulheres parecerem fracas e impotente. Os espartilhos apertados chegava a fazer mal à coluna, em muitos casos chegavam a prejudicar os órgãos internos, de tão apertados era difícil respirar profundamente. O espartilho não deixava de ser elegante, deixando mais evidente as curvas sinuosas das cinturas das damas da época, e havia até em versões juvenis a partir dos três ou quatro anos.
No livro “A Linguagem das Roupas”, Lurie descreve sobre o debilitante espartilho: “A mulher vitoriana usava várias camadas de corpetes. Três ou mais anáguas, uma armação de saia ou crinolina, e um vestido comprido que talvez contivesse vinte metros de lã grossa ou seda, e que freqüentemente, tinha barbatanas no corpinho e era adornado com tecido, fitas e contas complementares. Quando saía de casa, acrescentava um xale pesado e uma grande touca ou chapéu decorado com penas, flores, fitas e véu. Tudo junto, talvez carregasse de cinco a quinze quilos de roupa.”
Os cabelos eram cacheados, o ideal de beleza do início da era vitoriana exigia às mulheres uma constituição pequena e esguia, olhos grandes e escuros, boca pequenina e ombros caídos. A mulher deveria ser algo entre as crianças e os anjos: frágeis, tímidas, inocentes e sensíveis. A fraqueza e a inanidade eram consideradas qualidades desejáveis em uma mulher, era elegante ser pálida e desmaiar facilmente. “Saúde de ferro” e vigor eram características “vulgares das classes baixas”, reservadas às criadas e operárias.
No final da era Vitoriana as saias já não são enormes, tornando-se mais justas. Em 1901 Eduardo VII se torna rei e já estamos na Belle Époque (1890 – 1914). A moda deste período é marcado pelo luxo e beleza das roupas, grandes chapéus muito bem e divertidamente ornados, muitas plumas e bordados. O rei é conhecido por seus apetites, amantes, extravagâncias e excessos, o oposto do recato e moralidade de sua mãe. A mais convencional mulher eduardiana e a do final do período vitoriano, já não era tão infantil e frágil. Nas décadas finais do século XIX, a mulher ideal se tornava cada vez mais madura. Novamente, a moda condescendente se alterou para se ajustar ao novo ideal. As curvas se acentuaram, o tecido se tornou mais pesado e as cores mais fortes e sóbrias.
A moda feminina no período da Belle Époque recebeu as modificações com características específicas de acordo com as mudanças que ocorriam na sociedade.O exagero e a ostentação reinavam e eram representadas pelo volume excessivo, pelas penas, rendas e pérolas, além de babados, plissados, bordados, lantejoulas, rufos e outros ornamentos nos trajes femininos. O ideal de beleza eram as formas arredondas, estas foram ressaltadas nas curvas femininas: o espartilho era exageradamente apertado, o que deixava o corpo feminino em formato de “S”.A moda da época era ter cerca de 40 cm de cintura, para isso muitas mulheres, não satisfeitas com o exagerado espartilho, operavam para a retirada das costelas flutuantes. Além disso, a Belle Époque trouxe uma indumentária feminina que deixava todas as partes do corpo das mulheres cobertas por tecidos, apenas a face aparecia, até mesmo as mãos eram cobertas por luvas.As golas altas e trabalhadas tinham a função de cobrir totalmente o pescoço das mulheres. As anquinhas que sustentavam os volumes das saias desapareceram, porém as saias continuavam com volume, por meio do exagero de tecidos e uma forma de sino. (Entre Rendas e Babados)
A fusão: Dança Tribal e Era Vitoriana
O que é legal na dança tribal é essa possibilidade de poder "brincar" de inventar. Já comentei em um post anterior sobre o Steampunk e como esse movimento entrou na dança tribal. E nesse momento vou comentar sobre o meu ponto de vista em relação à moda da Era Vitorina e como ela influenciou de certa maneira na dança tribal.
Vejamos por exemplo, na Era Vitoriana havia, melhor, na Belle Époque as roupas tem volume excessivo, temos as penas, rendas e pérolas, além de babados, plissados, bordados, lantejoulas, rufos e outros ornamentos nos trajes femininos, assim como nos figurinos de dança tribal.
Vemos também as "anquinhas" total da Era Vitoriana que eram usadas para dar volume a parte traseira das saias e vestidos.
Mas as rendas e babados são os que mais vemos em destaque nos figurinos
Eu particularmente sou grande fã de toda essa mistura, é tão feminino, tão divertido, tão cheio de glamour e charme...
As rendas, as penas, plumas, saias plissadas, as botas, meias...
A dança:
Na dança tribal vemos muitas referências à Era Vitoriana apenas nos figurinos, pq como foi citado acima em relação as vestes da época:
“É marcada pelo extremo recato das mulheres, que tinham seus movimentos restritos pelas pesadas vestes, mangas coladas e crinolina”. Sem possibilidade de dança! Heheheheh
Mas como eu disse, existem grupos que fazem referência à época em seus figurinos, como por exemplo:
Obs: Ah, antes gostaria de salientar, que estou postando os vídeos por causa dos figurinos e não pela performance, pq muitos que estarão postados, não grandes coisas... heheheh
Storm - Saahirah Rayvn
Notem a ostentação, a sombrinha, as rendas...
"Spider Cider"
Notem a pequena cartola e a cascata de babados
Kerry - Dark Fusion - To The Beat Of The Drum
Mais uma vez notem os babados, mas dessa vez temos os cachinhos dos cabelos dela
A minha mais nova favorita: Jolie
Adoro o jeito dela dançar... O figurino não tem tanta ostentação, mas tá valendo, com certeza!!!
E é claro, o grupo Damballah:
Fusion Industrial - Dakini
Obs: Eu sou a de figurino listrado! heheheh
E para inspirar ainda mais...
A música é bem chata, chata mesmo, me desculpe, mas eu prefiro colocar uma outra música e deixar a do clip no mudo! O videoclipe em compensação é formidável...
Kerli - Walking On Air
Emilie Simon - Desert
Música fofinha, e o videoclip, puro poema...
Espero que tenham curtido!
Vamos ver o que eu possa inventar daqui pra frente não é mesmo?
Europa na veia galera!!!
hahahahahhaha
...tosqueira...
Antes de começar, devo dizer que o eu vou escrever à respeito da influência da Era Vitoriana na dança tribal é de uma perspectiva totalmente pessoal.
Um pouco da história...
A Era Vitoriana foi o período no qual a Rainha Vitória reinou sobre a Inglaterra, no século XIX, durante 63 anos, de junho de 1837 a janeiro de 1901. Ela subiu ao trono quando seu tio Guilherme VI morreu sem deixar herdeiros. Ela é coroada ainda muito jovem, aos 18 anos.
Moda
É marcada pelo extremo recato das mulheres, que tinham seus movimentos restritos pelas pesadas vestes, mangas coladas e crinolina. A aparência das damas era de vulnerabilidade, as roupas eram desenhadas para fazerem as mulheres parecerem fracas e impotente. Os espartilhos apertados chegava a fazer mal à coluna, em muitos casos chegavam a prejudicar os órgãos internos, de tão apertados era difícil respirar profundamente. O espartilho não deixava de ser elegante, deixando mais evidente as curvas sinuosas das cinturas das damas da época, e havia até em versões juvenis a partir dos três ou quatro anos.
No livro “A Linguagem das Roupas”, Lurie descreve sobre o debilitante espartilho: “A mulher vitoriana usava várias camadas de corpetes. Três ou mais anáguas, uma armação de saia ou crinolina, e um vestido comprido que talvez contivesse vinte metros de lã grossa ou seda, e que freqüentemente, tinha barbatanas no corpinho e era adornado com tecido, fitas e contas complementares. Quando saía de casa, acrescentava um xale pesado e uma grande touca ou chapéu decorado com penas, flores, fitas e véu. Tudo junto, talvez carregasse de cinco a quinze quilos de roupa.”
Os cabelos eram cacheados, o ideal de beleza do início da era vitoriana exigia às mulheres uma constituição pequena e esguia, olhos grandes e escuros, boca pequenina e ombros caídos. A mulher deveria ser algo entre as crianças e os anjos: frágeis, tímidas, inocentes e sensíveis. A fraqueza e a inanidade eram consideradas qualidades desejáveis em uma mulher, era elegante ser pálida e desmaiar facilmente. “Saúde de ferro” e vigor eram características “vulgares das classes baixas”, reservadas às criadas e operárias.
No final da era Vitoriana as saias já não são enormes, tornando-se mais justas. Em 1901 Eduardo VII se torna rei e já estamos na Belle Époque (1890 – 1914). A moda deste período é marcado pelo luxo e beleza das roupas, grandes chapéus muito bem e divertidamente ornados, muitas plumas e bordados. O rei é conhecido por seus apetites, amantes, extravagâncias e excessos, o oposto do recato e moralidade de sua mãe. A mais convencional mulher eduardiana e a do final do período vitoriano, já não era tão infantil e frágil. Nas décadas finais do século XIX, a mulher ideal se tornava cada vez mais madura. Novamente, a moda condescendente se alterou para se ajustar ao novo ideal. As curvas se acentuaram, o tecido se tornou mais pesado e as cores mais fortes e sóbrias.
A moda feminina no período da Belle Époque recebeu as modificações com características específicas de acordo com as mudanças que ocorriam na sociedade.O exagero e a ostentação reinavam e eram representadas pelo volume excessivo, pelas penas, rendas e pérolas, além de babados, plissados, bordados, lantejoulas, rufos e outros ornamentos nos trajes femininos. O ideal de beleza eram as formas arredondas, estas foram ressaltadas nas curvas femininas: o espartilho era exageradamente apertado, o que deixava o corpo feminino em formato de “S”.A moda da época era ter cerca de 40 cm de cintura, para isso muitas mulheres, não satisfeitas com o exagerado espartilho, operavam para a retirada das costelas flutuantes. Além disso, a Belle Époque trouxe uma indumentária feminina que deixava todas as partes do corpo das mulheres cobertas por tecidos, apenas a face aparecia, até mesmo as mãos eram cobertas por luvas.As golas altas e trabalhadas tinham a função de cobrir totalmente o pescoço das mulheres. As anquinhas que sustentavam os volumes das saias desapareceram, porém as saias continuavam com volume, por meio do exagero de tecidos e uma forma de sino. (Entre Rendas e Babados)
A fusão: Dança Tribal e Era Vitoriana
O que é legal na dança tribal é essa possibilidade de poder "brincar" de inventar. Já comentei em um post anterior sobre o Steampunk e como esse movimento entrou na dança tribal. E nesse momento vou comentar sobre o meu ponto de vista em relação à moda da Era Vitorina e como ela influenciou de certa maneira na dança tribal.
Vejamos por exemplo, na Era Vitoriana havia, melhor, na Belle Époque as roupas tem volume excessivo, temos as penas, rendas e pérolas, além de babados, plissados, bordados, lantejoulas, rufos e outros ornamentos nos trajes femininos, assim como nos figurinos de dança tribal.
Vemos também as "anquinhas" total da Era Vitoriana que eram usadas para dar volume a parte traseira das saias e vestidos.
Mas as rendas e babados são os que mais vemos em destaque nos figurinos
Eu particularmente sou grande fã de toda essa mistura, é tão feminino, tão divertido, tão cheio de glamour e charme...
As rendas, as penas, plumas, saias plissadas, as botas, meias...
A dança:
Na dança tribal vemos muitas referências à Era Vitoriana apenas nos figurinos, pq como foi citado acima em relação as vestes da época:
“É marcada pelo extremo recato das mulheres, que tinham seus movimentos restritos pelas pesadas vestes, mangas coladas e crinolina”. Sem possibilidade de dança! Heheheheh
Mas como eu disse, existem grupos que fazem referência à época em seus figurinos, como por exemplo:
Obs: Ah, antes gostaria de salientar, que estou postando os vídeos por causa dos figurinos e não pela performance, pq muitos que estarão postados, não grandes coisas... heheheh
Storm - Saahirah Rayvn
Notem a ostentação, a sombrinha, as rendas...
"Spider Cider"
Notem a pequena cartola e a cascata de babados
Kerry - Dark Fusion - To The Beat Of The Drum
Mais uma vez notem os babados, mas dessa vez temos os cachinhos dos cabelos dela
A minha mais nova favorita: Jolie
Adoro o jeito dela dançar... O figurino não tem tanta ostentação, mas tá valendo, com certeza!!!
E é claro, o grupo Damballah:
Fusion Industrial - Dakini
Obs: Eu sou a de figurino listrado! heheheh
E para inspirar ainda mais...
A música é bem chata, chata mesmo, me desculpe, mas eu prefiro colocar uma outra música e deixar a do clip no mudo! O videoclipe em compensação é formidável...
Kerli - Walking On Air
Emilie Simon - Desert
Música fofinha, e o videoclip, puro poema...
Espero que tenham curtido!
Vamos ver o que eu possa inventar daqui pra frente não é mesmo?
Europa na veia galera!!!
hahahahahhaha
...tosqueira...
6 comentários:
Muito bom!!! E lembrando que nosso primeiro figurino inspirado na Era Victoriana é de outubro de 2008 ....e essa coreografia Dakini foi avaliada com a nota 9,11 .... Damballah rumo ao DRT de coreografia!!! Lililililiiiiiii ....
Eu adorei ler sobre a influencia da Era Vitoriana na dança.A coreografia de vcs é otima.
*Nota:Seu figurino, com a saia listrada, é maravilhoso.Muito boa a escolha.
Eu adoro as fusões!
Sucesso.
muito obrigada Gothic Lady...
Foi uma grande pesquisa feita para eleborar esse figurino, eu e minha mãe tivemos até que um trabalhinho...
heheheh
Uma aula deliciosa sobre moda e sua influência nos comportamentos (e vice-versa!), além de aumentar o entendimento sobre dança tribal. Que delícia de leitura, rapariga! Bjs.
IoI
Postar um comentário